Por Carmem Lucia Teixeira - Coord. Geral da Casa da Juventude Pe. Burnier - Goiânia/GO
No último sábado, 2 de outubro de 2010, a novela Passione, da Rede Globo, discutiu a questão da violência das drogas que mata jovens, retratando o caso específico de um jovem de classe alta, com conflitos na família, que se envolve com drogas, entra no mundo do crack e é assassinado. No fundo da cena em que a mãe e o irmão localizam o corpo do jovem no Instituto Médico Legal, é apresentado o cartaz da Campanha Nacional contra o Extermínio de Jovens, mobilizada pelas Pastorais da Juventude da Igreja Católica Apostólica Romana, pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, pela Casa da Juventude Pe. Burnier e por várias outras entidades e movimentos sociais.
Sabemos que o extermínio de jovens não é uma ficção, mas é uma realidade brutal que alcança milhares de famílias que choram seus filhos que são empurrados para esta realidade de drogas, de modo especial com o crack. Na sua maioria são jovens do sexo masculino, negros, adolescentes. Esta realidade de morte, muitas vezes naturalizada entre nós, exige de nós uma postura de indignação, de romper com este modelo econômico que ceifa milhares de vida de jovens.
Não sabemos por que a Globo elegeu esta campanha para o momento dramático da mãe que perde o filho. Porém, colabora em afirmar, em nível nacional, no momento de auge do tema que debate sobre a morte de um jovem que foi empurrado pela morte por seu pai (que na novela representa a ganância, a corrupção, a falta de escrúpulos nos negócios e o desprezo da família).
Como a ficção sempre nos remete a uma situação da realidade, creio que a cena oportunizou a muitas mães chorarem junto com ela a morte de seus filhos. Esta é a forças das novelas, trazer para dentro de seu roteiro situações que nós nos identificamos. É também, espaço para provocar o debate de temas que estão nos interiores de nossas famílias e que muitas vezes não vem para o debate público.
As Pastorais da Juventude da ICAR vivem o profetismo de defender a vida do seu povo jovem. A Igreja, seguidora de Jesus, vêm a público denunciar a morte. Esta voz está sendo ouvida. Toda a Igreja é movida, como seguidora do Mestre da vida, a viver a sua condição de profeta que nos é dada pelo batismo.
Vamos assumir, com coragem e denunciar todas as situações de morte da juventude - tráfico humano, drogas, migrações em situações precárias, prostituições forçadas, etc. Vamos dizer sim a vida, não a morte.
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