Acabamos de realizar em nosso país, mais precisamente na cidade do Rio
de Janeiro, a XXVIII Jornada Mundial da Juventude que foi, certamente, um
acontecimento eclesial de grande alcance, pois vislumbramos, no dia a dia da
JMJ, um sólido e excepcional testemunho de fé, por parte de milhares de jovens
provenientes de 175 países que, juntos, edificaram um momento forte de
evangelização nas celebrações, nas catequeses, nas filas dos transportes
públicos e das lanchonetes. Por tudo que vivenciamos na JMJ, hoje, podemos
afirmar que este evento eclesial foi um acontecimento abençoado que já deixou
suas marcas e expressões na história da Igreja do nosso país e, em especial, em
nossos corações que estão agora abrasados pela esperança de construirmos um
mundo melhor.
Podemos afirmar, com viva gratidão a Cristo, que, graças à JMJ Rio 2013,
nós fomos abençoados. Com entusiasmo, ardor no coração e nobres desejos em
nossas almas, nós mostramos ao mundo, mais uma vez, o rosto jovem da Igreja e o
alcance da vida em estado de graça. Fomos abençoados porque sentimos e
demonstramos que a JMJ não é só uma festa, mas também um sério compromisso
espiritual. Fomos abençoados porque, naqueles dias memoráveis, o Rio de Janeiro
e, de forma singular, a praia de Copacabana, tornou-se o cenáculo de um novo
Pentecostes, com as portas abertas para a expansão da obra missionária da
Igreja. O Divino Espírito soprou, com suavidade, em nossos ouvidos, sussurrou
novos ideais, ajudou-nos a construir novas possibilidades de apostolado e
reafirmou a certeza de que participar da Igreja é sempre um privilégio, uma
imensa graça.
Por tudo que vivenciamos nesta JMJ, neste exato momento, impulsionados
pelo Espírito Santo que recebemos neste evento eclesial, em nossa alma paira a
convicção de que podemos fazer muito mais pela evangelização da juventude e,
por isso, devemos abrir uma nova etapa no apostolado da juventude, ratificando
a necessidade do protagonismo dos jovens na evangelização de seus companheiros
de juventude. Na JMJ, nós fomos abençoados porque fomos tocados pelos
ensinamentos do Santo Padre, o Papa Francisco, que nos falou sobre caridade,
perdão, santidade, missões, humildade, discipulado e acolhimento. Fomos
abençoados, pois, em comunidade, vivemos o desapego, a pobreza, a generosidade
e expressamos nossa preocupação com o bem estar do nosso próximo.
De um modo especial, eu levo em meu coração, como gesto de amor desta
JMJ, um episódio que eu testemunhei em um restaurante de Copacabana: um jovem
rapaz, com necessidades especiais, que apresentava limitações nas duas mãos,
almoçava uma macarronada, sentado ao lado de seu irmão peregrino. Dois pratos,
dois garfos, duas facas, mas um só coração, pois, na cadência do amor sem
reservas, o irmão servia a macarronada na boca de seu irmão com necessidades
especiais e, com cuidado e zelo, passava o guardanapo em sua boca. Tudo era
extremamente belo e cadenciado: uma porção da macarronada para cada um,
seguidamente. Pratos diferentes, talheres distintos, mas unidade nos traços da
familiaridade que se expressava ao redor da mesa. Naquele instante, no silêncio
de minha alma, agradeci a Deus o dom de se ter um irmão. Mais ainda, eu
agradeci a graça de poder ter encontrado, naquele dia, um irmão que compartilha
suas mãos com o próximo, um irmão que apresenta ao irmão com necessidades a
possibilidade de uma vida com excelência, excelência de caridade que extravasa
na generosidade, na doação e na entrega. Diante do testemunho daquele jovem
rapaz, eu tenho me questionado: o que tenho feito para tornar mais plena a vida
do meu irmão? O que tenho feito para ajudar um irmão ou uma irmã a descobrir
Cristo? No testemunho daquele jovem, percebi que somente é necessário ter
um coração repleto de amor para com Deus e para com o próximo para sermos
verdadeiramente felizes e fazermos os outros felizes, pois o amor nos impele a
compartilhar nossas mãos, nossos braços, nossas vidas e os tesouros
inestimáveis da fé, da esperança e da caridade.
Gestos de caridade e de humildade. Encontros e reencontros. Momentos de
silêncio para se poder ouvir a voz suave de Jesus Cristo. Assim foi a JMJ Rio
2013. Um acontecimento singular operado pela misericórdia de Deus. A JMJ foi
também um canto de paz e de santidade que entoamos, em uníssono, testemunhando
a beleza da Igreja, Corpo Místico de Cristo. Foi ainda um intenso momento de
contemplação do mistério do Verbo que se fez Homem para a nossa salvação e, por
tudo, hoje, com renovada gratidão, temos que agradecer ao Cristo a graça de
termos sidos testemunhas históricas deste evento eclesial que fortaleceu nossa
pertença a Ele e à Igreja. Por tudo isso, neste momento, devemos suplicar a
intercessão da Virgem Maria, a Nossa Senhora Aparecida, para que nos conceda a
fortaleza, a justiça e a coragem necessárias para dirigirmos um olhar de novas
possibilidades de evangelização para os nossos ambientes, para as nossas
cidades e para os recantos mais distantes de nosso país que ainda espera o
anúncio da Palavra salvífica. Doce Mãe, ajude-nos a sermos jovens discípulos
missionários de seu Filho, Jesus Cristo. Amém!
Fonte: Jovens Conectados
Nenhum comentário:
Postar um comentário